quarta-feira, 8 de junho de 2011

Casamento sem valsa? Sim!

E para as noivinhas de plantão, um texto inédito. Enjoy it!

Casamento sem valsa? Sim!

Casais deixam a tradição de lado e ensaiam coreografias de tango, samba de gafieira, salsa e até rock

Por: Camila Galvez


A jovem de vestido e luvas brancas desliza de um lado para o outro do salão, indiferente ao apelo do homem que a segue. Ele segura uma bengala e usa cartola, terno e gravata. Quando a voz de Frank Sinatra ecoa os primeiros versos de I’ve got you under my skin, ela se rende ao charme do galã e aceita dançar um soltinho com ele.

Mas não estamos na década de 1950, e sim em 2010, no casamento de Thiago e Betsaida Bittencourt, 27 e 26 anos, respectivamente. O casal abriu mão de dançar a tradicional valsa para surpreender os parentes e amigos com a coreografia ensaiada por quatro meses em uma escola de dança de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Aprender os passos foi difícil e exigiu muito esforço, principalmente de Thiago. “Nunca tive jeito pra dança, achava que não ia conseguir. Me surpreendi”, disse.

A ideia partiu do casal, que queria algo diferente do convencional para marcar um dos momentos mais importantes de suas vidas. Mas a escolha não é exclusiva de Thiago e Betsaida: segundo o professor de dança Rodrigo Piano, muitos casais optam por fazer aulas de dança para o grande dia.

“O ritmo escolhido depende muito do gosto e da idade do casal”, detalhou. Conforme Piano, os mais jovens querem ritmos mais animados, e se arriscam no tango e na salsa. Os mais velhos optam por boleros ou mesmo pela valsa “de verdade”. “A tradição ainda existe e já treinamos alunos que queriam aprender os passos de valsa para fazer bonito na hora de dançar para a família”, destacou.

CALIENTE
Adriana e Erick Del Pino já tinham experiência no assunto: conheceram-se em uma escola de dança de Santo André. O ritmo preferido do casal sempre foi o zouk, mas na hora de escolher uma música para dançar no casamento, surpreenderam e optaram pela salsa.

Os padrinhos também caíram na dança. “Mas para eles, tocamos um forró, porque não deu para obrigar todo mundo a aprender salsa, né?”, disse Adriana.

A coreografia foi montada com base no instrumental da música Do You Wanna Dance, do filme Dirty Dancing 2 – Noites de Havana. Apesar de fazer aulas há cinco anos, Erick sentiu dificuldades com os passos do ritmo caliente. “Foi mais complicado do que estávamos habituados, mas valeu a pena pela cara dos convidados”, garantiu.

VESTIDO
Não há dúvidas de que dançar algo diferente da valsa no casamento é uma bela surpresa para familiares e amigos, mas é preciso tomar alguns cuidados no momento de escolher o tão sonhado vestido de noiva.

Betsaida admitiu que o vestido pesou na hora. “Tive medo de enroscar a saia e estragar a dança. Tanto que, na última semana, ensaiei com um saiote rodado para sentir como seria”, afirmou.

Adriana bem que tentou escolher um vestido que estivesse de acordo com a coreografia da salsa. “Na hora H eu me rendi e escolhi um pesadão”, relembrou. A saia enroscou no pé do noivo no momento da dança. “Mas a gente disfarçou e acho que ninguém percebeu”, garantiu o marido.

A professora de dança de salão Karina Saba explicou que algumas noivas optam por usar uma roupa que remeta à música que vão dançar. “É o mais indicado para que os noivos se sintam a vontade no momento da apresentação”, disse.

Segundo Karina, aquelas que querem ficar com o vestido de noiva precisam adaptar os passos da coreografia. “Num tango, por exemplo, não é possível entrelaçar as pernas, um passo característico da dança. Mas se é o sonho da noiva, a gente faz a adaptação”, disse.

E se o sonho da noiva é arrasar na pista de dança, o investimento vale – e muito – a pena.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O menino da Lina

Olá, pessoas, tudo bem?
Estou para postar esse texto faz tempooo. É meu segundo trabalho da pós na ABJL e achei que ficou satisfatório. Tirei um 9 com ele mas, acima de tudo, me diverti muito ao passar esse delicioso domingo com Américo e Lina Del Corto. Conheçam um pouco mais desse simpático casal ribeirãopirense.

O menino da Lina
 Texto e fotos por Camila Galvez


Oleiro motorista de caminhão músico fotógrafo relojoeiro poeta escritor colecionador compositor dançarino filho pai marido avô ribeiraopirense. Ah! Radialista.

“Nove horas e sete minutos em Ribeirão Pires, nosso horário oficial de Brasília dentro do horário brasileiro de verão. E agora a rádio Pérolas da Serra adentra sua casa sem pedir licença para apresentar o Programa Reminiscências. Hoje, além da nossa equipe, temos uma visita muito especial, mas vou deixar que ela cumprimente os ouvintes por último porque...”

Tavinho interrompe.

“Os últimos serão os primeiros!”

Aos 89 anos, Américo Del Corto fica à vontade diante do microfone. Veste bermuda caqui estilo jovem surfista e camiseta verde onde se lê Programa Reminiscências, Rádio Pérolas da Serra, Ribeirão Pires. O letreiro que avisa quando estamos no ar está apagado. Poderíamos conversar, mas ninguém fala em sinal de respeito à música que toca.

Ribeirão Pires cidade serrana
Acolhedora, saudável, humana
Deste Brasil pequenina fração
Mas muito grande no meu coração
Com tua névoa e frio garoar
Ou então com o sol a brilhar
Ribeirão Pires cidade serrana
O teu povo de ti se ufana.
Berço de bravos imigrantes
Que de suas pátrias distantes
Um dia partiram a buscar
Nova vida no além-mar
Teu nome é Ribeirão Pires
Homenagem à família Pires
Pioneiros desta região
Às margens do ribeirão


Após ouvir o hino de Ribeirão, letra e música do compositor Américo, o letreiro vermelho se acende e cada integrante do programa cumprimenta os ouvintes, inclusive a visita especial – no caso, eu.

Então vem a leitura da Máxima do Dia, texto de autoria de seu Américo sobre como os jovens recebem más influências da TV e Internet e deixam de valorizar a cultura do lugar onde vivem. “Os jovens estão deixando o passado da cidade se perder”.

Toda a história desse senhor de olhos claros e sorriso fácil teve um só objetivo: manter Ribeirão Pires viva.

O letreiro vermelho se apaga quando a música Eterna Saudade, instrumental executado pela Banda da Força Pública do Estado de São Paulo, começa a tocar. Sinal que podemos conversar sem que o ouvinte nos ouça, como um pequeno segredo contado ao pé do ouvido.

“Filha, da última vez que nos encontramos mudou uma coisinha”.

“O que foi, seu Américo?”

“Agora você tem que gritar porque eu to surdo!”

O sotaque é típico do filho de imigrantes italiano. Os dentes meio amarelados pelo tempo se mostram no sorriso de sabedoria de quem viu os anos correrem e sabe que perder parte da audição pode não ser algo tão incapacitante assim. Sua risada não vem sozinha: todos naquele estúdio, exceto eu, passaram dos 80 e, assim como seu Américo, entendem que a vida é um rio que corre mesmo que tentemos alterar seu curso.

Além de Américo Del Corto, apresentam o Programa ReminiscênciasOctávio David Filho, o Tavinho, Idair Ferreira dos Santos, o Didi, e Lina Del Corto, esposa de seu Américo. A única mulher a me abrir as portas do passado de acordeon e bailes e vestidos de cintura marcada e cumprimento no tornozelo me entrega, escondido do marido, um bilhetinho escrito em esferográfica preta e letra arredondada.

“O apelido dele é menino da Lina”.

Seus olhos brilham quando os lábios coloridos pelo batom vermelho esboçam um sorriso de confidente.

Eterna saudade
Antes de se tornar o menino da Lina, Américo foi menino travesso que não queria ir para a escola. O motivo: morria de medo do bicho de saia, ou seja, de mulher. Fora a mãe, não podia nem pensar em chegar perto das donzelas de saias no joelho.

“Eu só queria saber de bola e de olaria. Adorava fazer tijolos de barro na olaria do meu pai. Naquela época, a economia de Ribeirão Pires era basicamente esse tipo de produção artesanal”.

Nas décadas de 1940 e 1950, a cidade chegou a contar 1,2,3... 300 olarias. A dos Del Corto ficava no que hoje é a Vila Fiorentina, e extraía a argila necessária para fabricação dos tijolos de um terreno em frente ao então cemitério da cidade. Hoje o que se vê ali são apenas galpões e indústrias. Da olaria nada restou.

Mas o menino Américo se lembra bem do seu tempo de oleiro e de fujão. Quando chegou aos sete anos, agentes da prefeitura de Santo André, cidade a qual o território ribeirãopirense pertencia na época, vieram à sua casa indicar aos pais que o matriculassem na escola mais próxima. “Eu fugi e me escondi debaixo da cama. Fiz isso por dois anos”.

O pai de seu Américo, Pedro Del Corto, que não era de bater ou dar broncas nos dez filhos que teve, usou um método muito mais eficaz: tirou qualquer regalia do menino e não o deixava mais sair de casa para ajudar na olaria. Além disso, tudo o que Américo pedia era negado: nem mesmo uma balinha ele podia comprar. “Chegou uma hora que eu cansei, né? Mas ainda tinha o problema do bicho de saia”.

Américo não podia ver mulher que saia correndo e chorando para o colo da mãe, dona Luzia Zanetti Del Corto. Ele não sabe explicar o porquê, mas dá risada quando se recorda dessa época. “Dei muita sorte porque quando cheguei para as aulas, o professor era homem!”

À gargalhada boa se misturam os últimos acordes de Aqueles Tempos, de Joelma. A luz vermelha do letreiro acende e estamos de novo no ar. A voz rouca de seu Américo ressoa pelo estúdio. “Agora ouvintes, a charada do dia. Quem sabe qual é o cúmulo da vaca? Você sabe, Tavinho?”

“Olha, eu não sei não, seu Américo, mas se o ouvinte souber, é só ligar pra cá que vamos dar brinde pra quem acertar, hein!”

“Olha, eu também não sei qual é o cúmulo da vaca, mas uma vez, ouvintes, fui passar férias em um sítio na cidade de Cedral. A gente levantava às 5h da manhã porque o homem não deixava dormir mais que isso. Ia lá no curral com o copo na mão e ele falava ‘tira o leite da vaquinha’. A primeira vez eu respondi ‘mas isso eu não faço, ela vai me dar um coice’. Ele insistiu, perdi o medo e coloquei o copo lá. Foi a primeira vez que experimentei o leite de vaca quentinho e com um tiquinho de conhaque, Tavinho”.

“Eu bem que sei, seu Américo, ainda saia o leite espumante, né? Direto do produtor para o consumidor”.

“Então a gente quer saber do ouvinte qual é o cúmulo da vaca!”

Aqueles tempos
A profissão de radialista chegou meio que sem querer à vida de seu Américo, mas era sonho antigo do homem que não consegue ficar parado. “Na juventude tentei montar uma rádio junto com um jornalista, mas infelizmente não deu certo”.

O sonho não morreu e, anos mais tarde, dois conhecidos de seu Américo compraram os aparelhos de uma rádio falida da cidade. “Eles colocaram a Pérolas da Serra pra funcionar e me chamaram para fazer uma entrevista. Então falaram volta amanhã, volta amanhã, e to voltando há quase oito anos”.

O amor pelo rádio só não ganha do amor pela música. Seu Américo fundou a primeira escola de música de Ribeirão Pires em 1953. Ensinava meninos a correr os dedos pelo acordeon e produzir a música que animava os bailinhos da cidade.

Na época forte do instrumento, a escola chegou a ter 90 alunos. Começou a perder espaço quando, nos anos 1970, a guitarra deu um chega pra lá no acordeon e tomou seu espaço como instrumento queridinho da juventude. “Os meninos começaram a gostar de rock and roll, o acordeon ficou nas minhas lembranças”.

Enquanto ensinava acordeon, o músico também tocava na banda da cidade, a Corporação Musical Lira de Ribeirão Pires.

“Acordeon, seu Américo?”

“Nada! Meu instrumento sempre foi o clarinete”.

Anos depois de fechar a escola e deixar a banda, a música continua a fazer parte da vida de seu Américo. Depois de apresentar o programa e antes do arroz com frango e coca-cola na casa da avenida Francisco Monteiro, o rádio toca alto na Pérolas da Serra. O programa é de forró. Na casa de seu Américo, é difícil não ouvir uma melodia, nem que seja o som suave de um mero assobio.

O presente de um poeta
Seu Américo vive na mesma casa desde que tinha um ano. Ele se recorda do barulho dos carros de leite puxados por bois com sinos no pescoço – blem, blem, blem -, e dos homens que vendiam bananas de porta em porta – Olha a banana!

Os anos passaram e o som de cidade interiorana foi substituído pelo barulho dos automóveis e ônibus – vrum, vrum, vrummmm - que percorrem o asfalto quente de uma das principais avenidas de Ribeirão Pires. A mangueira do lava-rápido deixa os automóveis limpinhos e cheirosos – tchaaaaaa – e o supermercado ao lado vende tudo o que você precisa, desde que tenha dinheiro para pagar – trim, trim, trim.

Mas da porta do número 1.244 para dentro, o visitante sente como se voltasse para a Ribeirão Pires de antigamente. Seu Américo guarda muito do passado não apenas em suas memórias, mas também em sua própria casa, que transformou em museu. Canecas, lápis, jornais, caixas de fósforo, moedas e notas, fotos, poemas e até mesmo um exemplar do curso de português por correspondência que fez após a conclusão do antigo ginásio. Tudo remete ao passado que ele faz questão de reviver diariamente.

Descansando em uma das prateleiras de madeira há também algo que seu Américo guarda com carinho de criador. Todos que visitam aquela casa saem de lá com a dedicatória. Eu tenho a minha.

“À grande amiga e repórter, Camila Galvez. Ribeirão Pires, 31/03/2010. Com carinho, o autor Américo Del Corto”.

As páginas do livro Reminiscências: Ribeirão Pires que vi e vivi são fáceis de ser vencidas. De narrativa leve, solta e mais preocupada em registrar as histórias que trazê-las em português estritamente correto, o livro é o projeto de vida de Seu Américo. “Comecei a fazer minhas memórias quando ganhei minha primeira máquina de escrever, lá pelos idos de 1963”, conta.

Só 43 anos depois as páginas metade datilografadas, metade digitadas no computador, se tornariam o livro do qual seu Américo tanto se orgulha. Em 2006, o sonho virou realidade, com direito à noite de autógrafos e dois mil exemplares distribuídos aos moradores da cidade.

Nas paredes do imóvel está também um singelo poeminha, feito à mão em letra comprida e cartolina branca.

À minha mulher Lina
O presente de um poeta

Muitos anos se passaram
E nós envelhecemos
Há 47 anos juntos permanecemos
Enfrentando todas as agruras
Da distância já percorrida,
De um sinuoso roteiro,
Na estrada longa da vida
Hoje, dia de seu aniversário,
Eu lhe dou como presente
Um abraço bem apertado
E o meu amor permanente.
12/10/2004


A cumplicidade e o amor entre o menino Américo e dona Lina completam, em 2011, 54 anos.

- Mulher é problema ruim e problema bom pra gente.

- Américo!

- Mas é verdade. Só que hoje não faço mais nada sem ela. Até pra rádio eu levei, e olha que ela morria de vergonha. Hoje está lá, e apresenta muito bem.

- É, isso é verdade...

Os olhos de dona Lina encontram os de seu Américo, e é como se o casal voltasse aos tempos do bailinho em que se conheceram.

- Ela nem foi convidada.

- Mas eu vim com uma amiga que te conhecia, Américo! E você foi lá me tirar para dançar!

- Claro, a gente vê uma mulher sozinha na pista, fiquei com dó.

Dona Lina mexe a cabeça de um lado para o outro e serve mais frango ao marido. Ele continua sendo o menino da Lina. Sempre.

- E ela não pode nem reclamar quando faço uma travessura. Afinal, sou uma eterna criança.

Nosso tempo
Conheci seu Américo ao mesmo tempo em que descobria a história de Ribeirão.

“Quem é aquele velhinho em cima do palco? Cadê o fotógrafo? O prefeito chegou! Quero terminar logo, tem mais três matérias pra fazer hoje. Olha só que cabelo branquinho e ralo... Hino de Ribeirão Pires? Nem sabia que existia, legal! Ah, esse é o autor! Nossa, vou lá pegar o telefone dele, rende matéria pra outro dia. Quantas escolas tem nesse desfile mesmo?”

Subo na estrutura improvisada sob o teto da antiga rodoviária, desativada depois que a nova – e muito mais colorida – foi erguida perto da estação de trem, tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). É dia 19 de março, aniversário de Ribeirão Pires.

Até então sabia pouco sobre a história da cidade que foi usada como passagem obrigatória para quem vinha de Santos e pretendia chegar aos campos de Piratininga (em tupi, “peixe seco”).

Aprendi no desfile e em pesquisas que, a partir de 1558, o território que hoje é chamado de Ribeirão Pires foi incorporado a São Paulo de Piratininga, mas ainda era pouco ocupado naqueles tempos. Isso começou a mudar com a invasão das terras da Aldeia do Ururaí, depois São Miguel, quando muitas pessoas se espalharam por ali, alcançando a região de Ribeirão Pires no fim do século XV.

A área chamava-se então Caaguaçu, que para os índios significa mata grande, e no século XVII voltaria a ampliar seu processo de povoamento. O motivo: a ganância dos homens durante a fase de exploração das minas de ouro.

Caaguaçu, que estava no caminho para essas minas, passou a ser conhecida, pois até então era quase inexplorada. Houve a formação de um núcleo de povoamento na região, mas apenas a partir de 1714, com a construção da Igreja Nossa Senhora do Pilar, o povoamento de Ribeirão Pires se intensificou pra valer. Hoje a capela é patrimônio tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), do Governo do Estado.

Durante o século XIX, o café precisava de meios de transporte, e trouxe consigo a ferrovia para ligar as áreas produtoras ao Porto de Santos. A estação de Ribeirão Pires foi inaugurada em 1885 e, sobre seus trilhos, levas e levas de imigrantes italianos chegaram ao território, com suas massas e seus Mamma Mia! na bagagem. Apenas em 1953, Ribeirão Pires, então com 15 mil habitantes, inclusive seu Américo e dona Lina, foi emancipada de Santo André.

“E aqui nós vamos pondo um ponto final em nosso Reminiscências de hoje, que levou até vocês as músicas do nosso passado. E prometemos voltar no próximo domingo, sempre das nove ao meio dia. Agradecemos a todos pela audiência: continue telefonando, escrevendo e pedindo suas músicas preferidas, pois assim podemos fazer sempre o melhor para vocês. Um bom dia para todos e tenham um final de domingo feliz ao lado de seus familiares com muita paz e compreensão. Esses são os votos de todos nós!”

Tavinho, Didi, dona Lina e eu deixamos nossa despedida aos ouvintes enquanto seu Américo aguarda pelo grand finale. Ele sorri de um modo travesso, e não entendo o porquê até chegar o momento.

“Então, com tudo isso, Américo Del Corto lhes diz MUITO BOM DIA, RIBEIRÃO PIRES!”

A frase é dita em alto e bom som por todos, menos eu, claro, que até me assustei com o animado encerramento.

Mas peraí! Não dá para deixar você, leitor, sem saber: afinal qual era o cúmulo da vaca? “Dar leite em pó, vê se pode”.

Vinte e oito ouvintes ligaram e acertaram, e dois deles foram sorteados para ganhar o prêmio especial de Natal: um relógio de parede com desenho de – claro – vacas.