Também foi a primeira vez que ouvi o hino de Ribeirão Pires e soube que ali estava o seu autor. E senti então vontade de conversar com aquele senhor. Naquela barulheira do desfile, consegui pegar apenas seu telefone, que Lina me entregou num cartão. A primeira história que escrevo sobre Américo segue abaixo, e será publicada na coluna Eu ABCD do jornal no qual trabalho. Mas é apenas a primeira de muitas, pois assim como Américo tem muitas reminiscências de Ribeirão, ainda tenho muita história pra contar sobre Américo. Aguardem!
Reminiscências de Américo
Por Camila Galvez
Por Camila Galvez
Foto: Andris Bovo (Brigadu!)
Ribeirão Pires cidade serrana
Acolhedora, saudável, humana
Deste Brasil pequenina fração
Mas muito grande no meu coração
Com tua névoa e frio garoar
Ou então com o sol a brilhar
Ribeirão Pires cidade serrana
O teu povo de ti se ufana.
Berço de bravos imigrantes
Que de suas pátrias distantes
Um dia partiram a buscar
Nova vida no além-mar
Ribeirão Pires cidade serrana
Acolhedora, saudável, humana
Deste Brasil pequenina fração
Mas muito grande no meu coração
Com tua névoa e frio garoar
Ou então com o sol a brilhar
Ribeirão Pires cidade serrana
O teu povo de ti se ufana.
Berço de bravos imigrantes
Que de suas pátrias distantes
Um dia partiram a buscar
Nova vida no além-mar
Teu nome é Ribeirão Pires
Homenagem a família Pires
Pioneiros desta região
Às margens do ribeirão
Muitos dos mais de 112 mil moradores de Ribeirão Pires não sabem a letra do hino da cidade, que o professor Américo Del Corto tem na ponta da língua. Com 88 anos, 87 deles vivendo na mesma casa na avenida Francisco Monteiro, um hoje senhor de olhos azuis, cabelos brancos e óculos de aro grosso relembra diariamente tudo que viu e viveu em seus anos como ribeirãopirense. Ele é o autor da letra e da música, criadas em 1974 mas oficializadas como hino oficial apenas em 1988.
Américo fez de tudo um pouco nesse quase um século de vida. Trabalhou na olaria do pai, Pedro Del Corto, foi motorista de caminhão e fotógrafo amador. Mas sua paixão sempre foi a música. “Desde pequeno via meus irmãos tocando e sempre quis aprender. Mas aqui perto de casa, nos anos 1920, não tinha nada e era difícil ter acesso aos instrumentos musicais. O som que eu mais ouvia era da estrada de ferro e dos carros de boi, que me acordavam toda manhã. Quando me tornei adulto, fui aprender música na escola do Mário Mascarenhas e, depois, abri a minha própria escola. Cheguei a ter 90 alunos de acordeão e registrei tudo em fotos”, relembrou.
Fotos essas que Américo guarda em seu acervo, que reúne ainda troféus, coleções de lápis, caixas de fósforos e moedas antigas, além de recortes de jornais que falam sobre suas realizações. O professor também é autor de “Reminiscências - Ribeirão Pires que vi e vivi”, livro que, de acordo com ele, relata como era a vida naquela época boa que não volta mais. “Não é um livro de história. É um livro sobre gente, sobre como se vivia de verdade nesse tempo. Porque hoje, o que eu vejo aí fora não é vida, não”.
Apesar de não ter se afeiçoado às mudanças trazidas pela passagem do tempo na pequena cidade serrana, o músico e professor não abre mão do computador e das facilidades da Internet. Quem reclama é Lina Maria Del Corto, há 62 anos companheira de Américo. “Quando ele está na frente dessa máquina, esquece até de mim”. Américo rebate: “Ela exagera. O nome dela deveria ser exagero”. Mas não é exagero dizer que Américo tem reminiscências demais para relembrar.
Camila tem um pouco de Américo, não?
ResponderExcluirAdorei
E nem vão saber o Hino da Cidade,pq eu revirei a internet inteira e não consegui baixar para colocar em um cd e levar para uma palestra na escola.
ResponderExcluir